"A medida do amor é amar sem medida" Santo Agostinho
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
O FIM (março de 2009)
Diante de todas as dificuldades que passou durante pelo menos os últimos dez anos, para aquela, não encontrava uma solução possível, pelo menos para se enganar achando que a felicidade viria. Antes tudo era possível, olhar a realidade dura e se enganar... fui até o quarto, um copo de água na mão, encostei na porta. Olhei em volta, aquele quarto, onde passei momentos maravilhosos, agora não representava nada. Apenas as lembranças que queria esquecer e ao mesmo tempo arrumava subterfúgios para não se esquecer de nada. Onde ele está agora? Eu não sabia que estava acabando, então como poderia ter feito alguma coisa para não deixar acabar assim. “Não, não faça isso! você não é culpada.” Minha mente repetia para mim o tempo todo. A única solução plausível era deixar de existir. Será que tenho essa coragem? Não, não tenho. Os dias correm tão lentamente, parece que o mundo corre em câmera lenta quando não estás por perto. Será que um dia vou rir disso tudo, ou ao menos esquecer? Não me vejo amando outra pessoa como... Prefiro não pensar, mas é a única coisa que consigo fazer, pensar. Deito-me nesse chão frio, as lágrimas rolam involuntariamente, um cansaço bate, nem sei como consegui trabalhar hoje, o sono chega igualzinho como chega àquelas crianças que adormecem chorando porque a mãe não deixou ir brincar no vizinho. Enfim adormeço e sonho sonhos lindos de quando estavas aqui, até consigo sorrir. Mas o medo agora é acordar e voltar para a realidade da sua ausência.
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