"A medida do amor é amar sem medida" Santo Agostinho

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

MATA ATLÂNTICA E CONSERVAÇÃO



Uma floresta colossal esperava os portugueses quando eles chegaram para colonizar a América do Sul. Diversificada, mas contínua, ela estendia-se do nordeste do Brasil até o atual estado do Rio Grande do Sul. Ao longo de todo o seu comprimento, essa vasta e densa floresta, a Mata Atlântica, penetrava para o interior até limites não muito bem conhecidos hoje – no sul, certamente além das fronteiras atuais da Argentina e do Paraguai (CÂMARA, 2005).
De acordo com a definição de Domínio da Mata Atlântica adotada pelo CONAMA e o Mapa da Vegetação do Brasil, publicado pelo IBGE em 1993, a floresta cobria originalmente uma área de 1.363.000km2, equivalente a 16% do território nacional. Ela abrangia, em parte ou no todo, 17 estados: Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás e Mato Grosso do Sul. Em contraste, de acordo com os mais recentes dados publicados (MMA, 2000a), a área remanescente em 1995 foi estimada em 98.878km2, ou apenas 7,25% da cobertura original (CÂMARA, 2005).
A destruição da Mata Atlântica começou com a chegada dos europeus em solo brasileiros. A área onde está inserida a Mata Atlântica foi uma área que sofreu durante todos os ciclos econômicos brasileiro. Teve inicio com a exploração exacerbada de pau-brasil (Caesalpinia echinata), passando pela corrida pelo ouro e pedras preciosas, plantio de café, pecuária e agroindústria. Mas mesmo com tantos impactos ocorridos ao longo de cinco séculos, a destruição da Floresta Atlântica Brasileira nunca sofreu tanto como durante o último século. A população brasileira tem crescido numa taxa maior que a taxa mundial e esse crescimento populacional trás consigo a construção de estradas, ferrovias, hidrovias e portos, com o objetivo de estimular o crescimento econômico e principalmente explorar novos recursos naturais em novas áreas. Dessa forma, o processo de urbanização, conseqüência do crescimento da população humana, tem acarretado impactos ao meio ambiente de uma maneira assustadora. A demografia e a ocupação do território, somados a outros fatores, implicam na ineficiência da conservação, levando à perda da biodiversidade. O aumento da população humana agrava a pobreza e a migração, levando à dissolução dos mecanismos sociais responsáveis pelo manejo adequado dos recursos naturais.
Durante os últimos 200 anos tem ocorrido um enorme crescimento demográfico na mata Atlântica e hoje ela abriga cerca de 70% da população brasileira. O aumento do tamanho da população ocorrido nesse período tem levado à destruição da mata, em conseqüência da expansão urbana descontrolada, a industrialização e as migrações. Existe a necessidade de mudança no paradigma nacional no que se trata de conservação da biodiversidade. O governo brasileiro ainda está engatinhando quando o assunto é preservação, programas políticos são necessários sim, mas se não houver contratação de pessoal para uma fiscalização eficaz, já que a quantidade atual é insignificante, e uma ampliação no investimento nas áreas de pesquisas relacionadas, já que as nossas pesquisas são financiadas por ONGs ou entidades estrangeiras, os esforços não atingirão seus objetivos.

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