"A medida do amor é amar sem medida" Santo Agostinho

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Infância

Quando eu era pequena, dos meus dez aos quinze anos, meus irmãos e eu vivíamos trancados dentro de casa, meu pai achava “que lugar de menino era dentro de casa e se não obedecesse ficava de castigo de joelhos no feijão”. Então todo início de noite a turminha da rua que chegava do colégio se juntava em frente a minha casa. Brincavam de barra bandeira, pique esconde, estátua, elástico, chutar o pote, todas essas brincadeiras de criança. Meus irmãos e eu ficávamos só olhando e ansiosos esperando meu pai se aprontar e ir para a igreja, para o ensaio do coral. Ele nos deixava trancados, com o portão no cadeado e tudo, mas estrategicamente, tínhamos cerrado as vigas do portão e quando ele saia a gente levantava as vigas e saia para brincar. Divertíamos-nos a valer, mas todo mundo sabia que se ele pegasse a gente na rua quando chegasse era castigo na certa, então ficava todo mundo vigiando. Quando meu pai apontava no fim da ladeira a turma gritava: “corre, corre teu pai já vem!” Era uma correria só. Quando ele chegava em casa tava todo mundo, os cinco irmãos, fingindo que dormia, todos suados enrolados no lençol. Minha mãe ficava com raiva, por causa dos lençóis, mas só não reclamava porque sabia que se falasse alguma coisa íamos todos para o castigo. Parece ruim, mas não era não, se eu bem soubesse teria aproveitado mais aquele tempo de criança, quando a gente cresce e as responsabilidades vêm, a gente fica mais comedidos, mais chato. Enfim, tempos bons aqueles.

2 comentários:

  1. kkkk, eu tbm dei altas fugidas, fugia pela janela, eu era bem magrelo, bons tempos...

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  2. também adorava esses tempos e quando a gente é criança dá um jeito em tudo,inclusive para fugir...

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