"A medida do amor é amar sem medida" Santo Agostinho

sábado, 2 de outubro de 2010

CANÇÃO DO AMOR IMPREVISTO, Mario Quintana

Eu sou um homem fechado.
O mundo me tornou egoísta e mau.
E a minha poesia é um vício triste,
Desesperado e solitário
Que eu faço tudo por abafar.
Mas tu apareceste com a tua boca fresca de madrugada,
Com o teu passo leve,
Com esses teus cabelos...
E o homem taciturno ficou imóvel, sem compreender
nada, numa alegria atônita...
A súbita, a dolorosa alegria de um espantalho inútil
Aonde viesse pousar os passarinhos.

(Um adendo: Então, não sei se por medo ou por engano me afaste e menti)


(Imagem: http://jarbas.wordpress.com)

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