"A medida do amor é amar sem medida" Santo Agostinho
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
Enfim II (Andei lendo...)
Amei muito!
No começo, um amor bonito, cheio de
encanto e ternura. Quanta emoção
contida! Quantas expectativas de beijos
e afagos! Meu corpo tremia só de te
imaginar. Dormia imaginando-me no teu
abraço, o desejo pulsando quente e mesmo
sem ter-te ali, eu era feliz. Era feliz com tão
pouco que me davas porque me alimentava
da ilusão de que um dia te teria inteiro. Mera
ilusão! Porque fostes apenas isso. Ilusão. Dos
meus olhos cegos pela paixão. Dos meus
sentidos que te buscavam loucamente em meus
devaneios. Dos meus dedos que tateavam no
escuro no afã de tocar-te a pele. Sonhos... que
foram despertando quando vi-te a face na luz
da realidade. E ainda assim amei-te, porque
esse amor já estava em mim. E sofri. Foi maior
o tempo do sofrimento do que da alegria. Porque
precisava escavar a terra dentro de mim e
arrancar-te as raízes. Ficou a dor, o buraco vazio;
e a muda que plantaste um dia em mim, ali do
lado arranacada, secando . Quantas vezes a
olhei sangrando e tantas vezes lhes acariciei as
folhas murchas e por muitas vezes voltei a
regar-lhes na esperança de vê-la de novo brotar,
mas uma planta arrancada não brota. O teu
vazio ainda existe; a ferida ainda dói mas estou
me curando. As raízes, deixarei ao sol pra que
seque e quem sabe um dia farei com elas uma
bela fogueira. E tu, meu amor...tu continuas a
correr ao vento, saciando-te em qualquer fonte
até que a vida dentro de ti escoe, o cansaço te
adormeça e as lembranças te entorpeçam,
porque é só o que terás de mim - lembranças...
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